sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

CUIDADO COM OS "MODISMOS" EVANGÉLICOS!


(Modismos - Entrevista com o Dr. Paulo Romeiro)

Perguntamos: Quais foram os principais modismos teológicos dos últimos tempos que causaram maiores estragos ao povo de Deus no Brasil?

Pr. Paulo: A Teologia da Prosperidade é um, depois outras doutrinas que foram aparecendo como a Quebra de Maldição Hereditária, o G-12 e as distorções na área de batalha espiritual, porque a ênfase passa a ser nos demônios, em espíritos territoriais. São várias as distorções na área de batalha espiritual. Vimos também os abusos na área dos milagres. E como combater isso? Só existe um meio: com a Bíblia. É preciso voltar aos fundamentos, ao básico, à Palavra de Deus.

Perguntamos: Recentemente entrevistamos o professor James Packer, que nos disse que a Teologia da Prosperidade já não tem força nos EUA como antes. O senhor acredita que a Teologia da Prosperidade ainda terá muito fôlego no Brasil e na América Latina?

Pr. Paulo: Ela terá por causa da tirania do mercado. Ela precisa de dinheiro para sobreviver e as igrejas que pregam a Teologia da Prosperidade conseguem arregimentar a multidão. Essa doutrina prega o que as pessoas querem ouvir. Ela oferece uma ajuda imediata para problemas imediatos. “Você, que não consegue casar, vem aqui e vou lhe arranjar um parceiro”. Ou “Você, que não consegue prosperar, faz a corrente aqui e vai prosperar”.

Perguntamos: Quem é o culpado pela ênfase nas soluções imediatas para os problemas?

Pr. Paulo: Esse é o grande problema. Muitas igrejas não pregam mais a Salvação. Elas pregam a solução de problemas. Mudaram o foco. Elas não têm, por exemplo, um trabalho a médio e longo prazo com os seus membros, porque aí precisam falar de vida eterna. Você já viu, por exemplo, essas igrejas falarem sobre Céu, Santificação e Volta de Cristo? Tem pregador que nem quer que Jesus volte, porque ele está tão bem na vida hoje que a Volta de Cristo irá estragar os planos dele.

Perguntamos: O senhor tem falado ultimamente que tem aumentado no Brasil o número de crentes desiludidos e frustrados com a fé cristã por terem acreditado na Teologia da Prosperidade. Como tratar os crentes nessa situação?

Pr. Paulo: Os pesquisadores e sociólogos chamam isso de “trânsito religioso”. Há uma igreja em trânsito hoje. São milhares e milhares de crentes, talvez milhões, que não conseguem mais parar em igreja nenhuma. Eles transitam. Qual a igreja que oferece a melhor proposta ou o melhor entretenimento? Qual a igreja que vai oferecer o melhor show daquele fim de semana?
Converti-me ao Evangelho em 1971 e, naquela época, nunca esperava que um dia algumas denominações chamassem um culto evangélico de show. Agora tudo é show. Há igrejas que só funcionam como shows. É a forma de prender a multidão. “Olha, hoje à noite tem fulano de tal, amanhã tem beltrano e depois aquele outro”, e não pára. Porque, se parar, o povo vai embora.

Perguntamos: E como tratar um crente assim?

Pr. Paulo: É preciso ensino da Palavra, porque as pessoas que saem dessas igrejas chegam cheias de ensinos distorcidos. Elas chegam falando, por exemplo: “Fulano foi ungido pastor”. Mas na Bíblia não existe unção para pastor. Na Bíblia as pessoas eram ordenadas ao ministério por imposição de mãos, e não ungidas, e a unção não é privilégio de um grupo. Eles vêm cheios desses cacoetes “Eu declaro”, “Eu reivindico”, “Eu não aceito”, “Eu determino”, “Eu decreto”, chegam com distorções doutrinárias.
Aí você tem que ensinar à pessoa que o fato de ela estar em crise não quer dizer que é amaldiçoada. Nunca vi isso. Essa coisa de determinar tudo é falta de ensino. Terão também que repensar a questão do sofrimento, que faz parte da Teologia. Muitos pensam que não existe sofrimento para o crente. O crente não pode adoecer, sofrer, ter dívidas etc. Às vezes fico pensando: até que ponto a pessoa pode acreditar na aguinha em cima do rádio, na cruz pregada na parede, nos sabonetes ungidos...batismo no Espírito Santo com pó de ouro! Há ainda o tapete ungido, a campanha para os adeptos ganharem na loteria etc. O ser humano tem a habilidade de crer em qualquer coisa.

O discipulado é também muito importante. Esses crentes passam a viver uma crise de conversão. As igrejas por onde passaram são fortes na sua ação evangelizadora, atraem o povo, mas são fracas na sua ação discipuladora. Elas não conseguem mais discipular. Porque, para discipular, gasta-se tempo, envolvimento, e isso não existe mais.

Além disso, muitos pregadores de hoje vivem no avião, falam com as pessoas da tevê, não têm mais relacionamentos, a não ser com empresários. Precisamos ajudar as pessoas a crescerem para que possam ajudar outras depois. Uma coisa muito importante ainda é o acolhimento. É preciso acolher essas pessoas, não olhá-las com suspeitas, porque, na verdade, elas já se decepcionaram onde estiveram.

Perguntamos: O Movimento Pentecostal foi, sem dúvida, um dos últimos avivamentos que a igreja experimentou nos últimos séculos, afetando o crescimento e a História da Igreja no mundo. No final do século 20, uma versão diferente desse movimento surgiu, com modismos sem base bíblica. Deixando de lado esses desvios, quais os benefícios do Movimento Pentecostal para a Igreja, especialmente no Brasil?

Pr. Paulo: A grande contribuição do Movimento Pentecostal foi a evangelização. Ele é o maior movimento evangélico do mundo. Não tem maior. Mas não foi só a AD, outras igrejas também enfatizavam a evangelização. Hoje, porém, infelizmente, muitas igrejas estão substituindo a evangelização pela competição, pelo proselitismo. Tem muito mais crente mudando de igreja do que pecador aceitando a Cristo. Há igrejas que crescem hoje por competição e não pela evangelização, e com isso aí o Reino de Deus não cresce. Só se muda o peixe do aquário.

Perguntamos: O que é preciso para se fazer apologética cristã saudável?

Pr. Paulo: Principalmente equilíbrio. Há pessoas que são apologistas, mas exageradas, sensacionalistas. É preciso amor. Vejo muitos apologistas hostis, atacando as pessoas. Não gosto nem mais de usar o termo seita ou heresia. Acho muito pejorativo. Hoje falo de fenômeno religioso ou movimentos religiosos.

A apologética precisa aprender a construir pontes e não levantar muros. Se ela já chega atirando, o pessoal corre. Os apologistas precisam aprender a dialogar. Não precisa ser hostil. A Bíblia diz: “Falai a verdade com amor”. Além disso, a informação a ser transmitida deve ser apurada.

(Entrevista cedida a Revista "Resposta Fiel", ano 5, nº 17, p. 10-12)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

GRATIDÃO


Onde Deus se torna doador, o homem se torna devedor


O homem por detrás do balcão olhava para a rua de forma distraída. Uma garotinha se aproximou da loja e amassou o narizinho contra o vidro da vitrine. Os olhos da cor do céu brilharam quando viram determinado objeto.
A menina entrou na loja e pediu para ver o colar azul-turquesa.— É para a minha irmã. Pode fazer um pacote bem bonito? — disse ela. O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e lhe perguntou:— Quanto de dinheiro você tem? Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão e, feliz, disse:— Isso dá?
Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa.— Sabe, quero dar este presente para a minha irmã mais velha. Desde que a nossa mãe morreu, ela cuida da gente e não tem tempo para ela. É aniversario dela e tenho certeza que ficará feliz com o colar que é da cor de seus olhos.
O homem foi para o interior da loja, colocou o colar em um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde.
— Tome! Leve com cuidado — disse para a garota. Ela saiu feliz saltitando rua abaixo.
Ainda não acabara o dia quando uma linda jovem de cabelos loiros e maravilhosos olhos azuis adentrou a loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e indagou:— Este colar foi comprado aqui?— Sim, senhora.— E quanto custou?— Ah, o preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o cliente — falou o dono da loja. A moça continuou: — Mas a minha irmã tinha somente algumas moedas! O colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagá-lo!
O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e o devolveu à jovem.— Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar.
ELA DEU TUDO O QUE TINHA.O silêncio encheu a pequena loja e duas lágrimas rolaram pela face emocionada da jovem, enquanto suas mãos tomavam o pequeno embrulho.
A verdadeira doação é se entregar por inteiro, sem restrições. A gratidão de quem ama não coloca limites para os gestos de ternura. Por isso, sejamos sempre gratos, mas não esperemos pelo reconhecimento de ninguém. A gratidão com amor não apenas aquece quem recebe, mas também reconforta quem oferece.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O IRMÃO MAIS VELHO - Lucas 15:25-32 (NVI)

“O evangelho de Lucas é o livro mais longo do Novo Testamento e inclui boa quantidade de informações não encontradas em outros textos”. [1] Lucas, após uma cuidadosa investigação das fontes (Lc 1.1-4), insere a parábola do Filho Pródigo entre os seus escritos, no mesmo contexto da parábola da ovelha e da moeda perdidas. Alguns temas são evidentes nessa série de perícopes: alegria por achar o que estava perdido, esforço em buscar o perdido (Graça), restauração e arrependimento. Veremos algumas implicações teológicas no irmão mais velho do pródigo, desencadeadas pela volta inesperada do seu irmão à casa do pai.
Kenneth Bailey cita Jones: “A parábola a respeito do filho pródigo não é primordialmente a respeito de um rapaz extravagante, mas a respeito de um relacionamento entre Deus e o pecador, e aquele que se julga justo”. [2]
Algumas reações do filho mais velho, quando soube da festa pelo retorno do seu irmão pródigo: “Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança [...] o filho mais velho encheu-se de ira e não quis entrar” (vs. 25 e 28a).
Sua primeira reação foi irar-se e recusar-se a entrar na festa. O filho mais velho insulta publicamente seu pai de uma maneira profunda. O seu lugar era ao lado do pai, ajudando-o a servir os convivas, como um bom anfitrião oriental. Seu pai sai da festa, obviamente constrangido, e de uma maneira reconciliadora, insiste para que o filho entre e se alegre com a comunidade. (v. 28b). Mais uma vez, o irmão mais velho, nas suas palavras, deixa transparecer seu coração de escravo: “Olha! Todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço...” e a sua justiça própria:” e nunca desobedeci às tuas ordens”.
Outra frase reveladora: “... tu nunca me deste nem um cabrito...” Implicitamente, ele diz que merecia um novilho pelos anos de serviço prestados na casa do pai. “... para eu festejar com os meus amigos”. “O filho mais velho se havia excluído da comunhão de sua família [...] os amigos do filho mais velho não incluem o seu irmão, nem seu pai, nem os hóspedes da família.” [3]
Mesmo sabendo da reconciliação do seu irmão menor e do seu pai, lembra dos erros do pródigo no passado, tentando talvez persuadir seu pai de que seu irmão não é digno da festa. Ou, deixando claro que os bens e a fazenda são seus, pois seu irmão já esbanjou a parte dele. Dessa forma ele deseja talvez a morte de seu pai, a fim de dispor de todos os bens para si.
“Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado”.

Citando Bailey novamente:

“Ternamente o pai faz o filho mais velho lembrar que este é seu irmão. Ambos são rebeldes. Ambos partem o coração do pai. Ambos acabam em um país distante: um fisicamente, o outro espiritualmente. O mesmo amor inesperado é demonstrado em humilhação, a ambos. [...] O pai sai e encontra ambos os filhos. Um entende e aceita a condição de achado. O outro [...] não aceita e continua perdido. [4]

O filho mais velho não tem o perdido como seu irmão e não se alegra com o seu retorno para o lar. A festa pelo retorno do pródigo não era a sua festa. A alegria do pai não era a sua. Um distanciamento fica claro aqui, bem como um ambiente de disputa pelos benefícios provenientes das mãos do pai.
Podemos vislumbrar nesta parábola o amor sofredor de Deus, na sua insistência em reconciliar-se com o homem e Sua alegria festiva na restauração do perdido. Observa-se reações diferentes, frente a esse amor, em todas as épocas: muitos são resgatados da morte para a vida, como filhos. Outros, porém, insistem em permanecer como escravos, mesmo prestando serviços por anos, dentro da casa do Pai...

O desfecho com o filho mais velho fica aberto... a decisão é individual.

texto de Mario Gonçalves
Estudante de Teologia
E-mail: mario_teclado@hotmail.com
Telefone: (47) 3466-7150.
Joinville – SC

[1] CARSON, D. A. Introdução ao novo testamento / D. A. Carson, Douglas J. Moo e Leon Morris; tradução Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova. 1997. p. 123.
[2] BAILEY, Kenneth. As parábolas de Lucas. 3 ed. São Paulo: Vida Nova. 1995. p. 208.
[3] BAILEY, Kenneth. 1995. p. 244.
[4] BAILEY, Kenneth. 1995. p. 248.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

UMA PARÁBOLA ATUAL - Israel Salvador

É uma típica tarde de sexta-feira e você está dirigindo em direção à tua casa. Sintoniza o radio. O noticiário está falando de coisas de pouca importância. Numa cidadezinha distante morreram três pessoas de uma gripe até então, totalmente desconhecida.
Você não presta muita atenção ao tal acontecimento. Na segunda-feira quando acorda, ouve pelo rádio que já não são três, mas trinta mil, as pessoas mortas pela tal gripe, isso nas colinas remotas da Índia.
Um grupo do Controle de Doenças dos EUA, foi investigar o caso. Na terça-feira, o fato já é a notícia mais importante no mundo, ocupando a primeira página nos jornais, já não é mais só na Índia, mas no Paquistão, Irã e Afeganistão, enfim, a notícia se espalha pelo mundo.
Estão chamando a doença de "La Influenza Misteriosa" e todos se perguntam: Que faremos para controlá-la? Então, uma notícia surpreende a todos: “Europa fecha suas fronteiras. França não recebe mais vôos da Índia nem de outros países dos quais se tenham comentado de casos da tal doença. Devido à repercussão do fechamento das fronteiras, você está ligado a todos os meios de comunicação, para manter-se informado da situação e, de repente, ouve que uma mulher declarou que num dos hospitais da França, um homem está morrendo pela tal “influenza misteriosa”, agora também chamada de “gripe asiática”
Começa então o pânico na Europa. As informações dizem que se você contrair o vírus, tua vida está sob alto risco, pois o fim chegará em questão de uma semana... Em quatro dias, sintomas horríveis e a morte.
A Inglaterra também fecha suas fronteiras, mas já é tarde. No dia seguinte, o presidente dos EUA, fecha também suas fronteiras para a Europa e Ásia, para evitar a entrada do vírus no país, ao menos até que se encontre a cura
No dia seguinte, as pessoas começam a se reunir nas igrejas, em oração pela descoberta da cura, quando de repente, entra alguém gritando: “Liguem o rádio! Liguem o rádio!”. A notícia é uma bomba: “ Duas mulheres morrem em Nova Yorque, afetadas pelo vírus misterioso...” Em questão de horas, parece que a coisa invadiu o mundo inteiro. Cientistas continuam trabalhando na tentativa de descoberta de um antídoto, mas nada funciona.
De repente, vem a notícia esperada: Conseguiram decifrar o código de DNA do vírus. Já é possível fabricar o antídoto!
É preciso, para isso, conseguir o sangue de alguém que não tenha sido infectado pelo vírus, um sangue totalmente puro, raríssimo, portanto.
Corre, pelo mundo a notícia de que as pessoas devem ir aos hospitais para fazer a análise de sangue e doar para a tentativa de fabricação do antídoto.
Você vai, como voluntário, levando toda a tua família, teus vizinhos também vão. O Pânico é grande. O que acontecerá? Será este o final do mundo? De repente o médico sai gritando um nome que leu na ficha de análise. Seu filho único, agarrado em suas pernas, diz: “Pai, ele está gritando o meu nome! O que ele quer que eu faça?”
...Antes que você possa raciocinar, estão pegando teu filho e levando para uma sala. Você grita: “Esperem, o que vão fazer com meu filho?” E o médico responde: “Está tudo bem, o sangue dele é o que procurávamos. Sangue limpo, puro, sem nenhuma impureza. É o sangue redentor! Com o sangue dele, teremos o antídoto para salvar o mundo!”
Depois de cinco eternos minutos, saem os médicos, chorando e rindo ao mesmo tempo. É a primeira vez que se vê alguém sorrindo desde o início dos acontecimentos. O médico mais velho se aproxima de você e diz:
“Obrigado, senhor! O sangue do seu filho é perfeito, está limpo e puro, o antídoto finalmente poderá ser fabricado e o mundo poderá ser salvo!” (Mateus 26:27,28)
A notícia se espalha por todos os lados. As pessoas estão orando e rindo de felicidade. Nisso, o médico se aproxima de você e diz: “Podemos falar um momento?” O teu coração gela, alguma coisa te diz que as notícias não são boas...
O médico, com lágrimas nos olhos, te diz: “Sabe papai, precisamos que o senhor assine uma autorização para usarmos o sangue do seu filho.” Quando você lê o documento, percebe que não colocaram ali a quantidade de sangue a ser retirado. Então, você pergunta: Qual quantidade de sangue vão tirar? ... O médico desvia de você o olhar e fala com voz triste: “ Não pensávamos que se tratava de uma criança... Lamento, senhor, mas vamos precisar de todo o sangue do seu filho...”
Você não pode acreditar no que está ouvindo, mas trata de contestar. “Mas, mas...” O médico insiste: “ O senhor não compreende? Estamos falando de cura para o mundo inteiro! Por favor, assine! Nós precisamos de todo o sangue de seu filho...”
O pai insiste, desesperado: “Mas não se pode fazer uma transfusão?” A resposta vem depressa: “ Poderíamos, se houvesse sangue puro... Assine, papai, por favor, assine!” Em silêncio, e sem ao menos poder sentir a caneta na mão, você assina. Então, te perguntam: “Você quer ver teu filho?” ... Você caminha lentamente em direção à sala de emergência, onde se encontra teu filho, sentado na cama e que te pergunta: “Papai, o que está acontecendo?” Você segura suas mãozinhas trêmulas e inocentes e diz: “Filho, você sabe o quanto eu te amo. Jamais autorizaria alguma coisa que não fosse absolutamente necessária. Você compreende?” O silêncio sofrido é a resposta que ecoa por uma eternidade... (Mateus 26:42)
O médico regressa à sala e diz: Sinto muito, senhor, temos que começar. Pessoas do mundo inteiro estão morrendo. O senhor vai ter que sair. Você vai saindo, tendo o sofrimento estampado nos olhos. O filho ainda grita, “papai! Papai! Porque está me abandonando?”(Mateus 27:46)
... Na semana seguinte, quando fazem uma cerimônia para honrar e relembrar a morte do teu filho, algumas pessoas ficam em casa dormindo, outras simplesmente ignoram, outras preferem fazer um passeio, ver televisão. Uma até vêem, mas trazem um sorriso oco e falso. Na verdade, não sentem nada de gratidão pelo sacrifício de seu único filho...
Nesse momento, você tem vontade de gritar: “MEU FILHO MORREU POR VOCÊS! NÃO SE IMPORTAM COM ISSO???”
É isso que Deus quer te dizer ainda hoje: “MEU FILHO ÚNICO MORREU POR VOCÊ! VOCÊ NÃO SABE O QUANTO EU TE AMO?”
...É curioso com que simplicidade as pessoas debocham de Deus, não dando ouvidos à Sua palavra. Depois reclamam e dizem que o mundo caminha de mal a pior.
É tristemente curioso como acreditamos em tudo o que lemos nas revistas e jornais, ouvimos no rádio, vemos na TV, mas questionamos a Palavra de Deus.
É interessante, que todos queremos ir para o céu, mas não aceitamos a fórmula de Deus para isso... (Marcos 16:16-18 / João 14:6)
É curioso como as pessoas dizem com facilidade “eu creio em Deus”, mas suas atitudes mostram totalmente o contrário.
É curioso que você, mesmo sendo salvo pelo sacrifício de Jesus Cristo, o Filho de Deus, não vive um testemunho que possa arrastar outros para o caminho da salvação.
É tristemente curioso que você seja um crente dentro da igreja, e depois se torne um cristão invisível no seu meio de convivência... É como se fosse possível ser um crente fervoroso no fim-de-semana, e depois negar a Jesus com seu mau testemunho durante os outros dias!
Deus enviou seu Filho amado para salvar o mundo. Não havia outro sangue. Não há outro sangue. Somente o sangue precioso de Jesus Cristo, derramado na cruz do calvário, tem o poder de salvar o mundo, que jaz no maligno. (I João 5:19)

O sangue de Jesus, pelo seu sacrifício, é suficiente para salvar toda a humanidade. Mas é eficiente somente para aqueles que o aceitam como Senhor e Salvador de sua vida.


Adaptação livre do
Presbítero da IEAD em SFS-SC
Jornalista e radialista
ISRAEL SALVADOR.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

CONGRESSO NACIONAL REJEITA ABORTO!

BRASÍLIA, 11 de julho de 2008 (LifeSiteNews.com) — Dois projetos de lei para descriminalizar o aborto no Brasil foram derrotados pela terceira vez em semanas recentes, no que pode ser o golpe final para uma legislação sob consideração por mais de 17 anos no Congresso Nacional.
A derrota mais recente ocorreu na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, numa votação esmagadora de 30 a 4 depois que o relator da comissão, Eduardo Cunha, rejeitou a legislação em 26 de junho.
O direito à vida constitui o valor supremo da Constituição, pois todos os outros direitos dele derivam”, disse Cunha na época, observando que não se pode abolir o direito à vida nem mesmo através de emenda constitucional.
O debate subseqüente na comissão provocou uma reação carregada de paixão por parte dos deputados pró-vida, que constituíam a maioria esmagadora.
O Dep. Carlos William trouxe um caixão de bebê e duas bonecas para ilustrar sua posição, e citou versículos da Bíblia. Dep. Miguel Martini e Dep. Luiz Bassuma trouxeram fotos do tamanho de pôsteres de crianças em gestação assassinadas por meio de aborto.
Depois de um breve período de discussão, a comissão votou a favor de uma moção para encerrar o debate e realizar a votação, irando os ativistas pró-aborto, que protestavam fora do prédio.
De acordo com o Jornal do Comércio, o projeto de lei será permanentemente arquivado sem nenhuma votação especial para levá-lo a plenário. “Esse projeto de lei não prosperará na Câmara”, disse Cunha.
A decisão ocorreu depois de uma rejeição anterior na Comissão de Seguridade Social e Família, que rejeitou a legislação em 7 de maio. A votação foi 33 a 0 depois que uma pequena minoria pró-aborto saiu em protesto.
A firme posição pró-vida da Câmara dos Deputados reflete a vontade da maioria dos brasileiros que, de acordo com as pesquisas, estão mais opostos do que nunca à legalização do aborto.
Depois que a CNBB lançou uma campanha pró-vida nacional no começo deste ano, os brasileiros opostos à legalização do aborto aumentaram de 63% para 68%.
Uma recente enquete online realizada pelo jornal liberal O Globo também resultou numa maioria clara contra os projetos de lei de descriminalização do aborto. Os leitores pró-vida expressaram abertamente opiniões contra a legislação em declarações publicadas pelo jornal em seu site.
Expressando incredulidade com a idéia, avançada por grupos pró-aborto, de que a descriminalização do aborto reduzirá o número de abortos, um leitor escreveu: “Pense antes de falar! Uma mulher pode decidir o que fazer com seu corpo, sim! Ao fazer isso, ela só não pode interferir com outra vida. Liberar a prática para reduzi-la? Isso não faz sentido! Proíba e processe para diminuí-la. Cumpra a lei!
Outro leitor escreveu: “O aborto é uma atitude fraca que denota irresponsabilidade. É fugir das conseqüências das próprias ações. E, para os outros casos, há apoio legal para a questão. É inconcebível aceitar o aborto como um jeito de compensar pelos erros cometidos”.
O aborto é atualmente descriminalizado no Brasil em casos de estupro e para salvar a vida da mãe.
Traduzido e adaptado por Julio Severo: http://www.juliosevero.com/

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A BÍBLIA E O CELULAR...

Já imaginou o que aconteceria se tratássemos a nossa Bíblia do jeito que tratamos o nosso celular?
E se sempre carregássemos a nossa Bíblia no bolso ou na bolsa? E se déssemos umas olhadas nela várias vezes ao dia? E se voltássemos para apanhá-la quando a esquecemos em casa, no escritório... ? E se a usássemos para enviar mensagens aos nossos amigos?E se a tratássemos como se não pudéssemos viver sem ela? E se a déssemos de presente às crianças? E se a usássemos quando viajamos? E se lançássemos mão dela em caso de emergência?
Mais uma coisa: Ao contrário do celular, a Bíblia não fica sem sinal. Ela "pega" em qualquer lugar. Não é preciso se preocupar com a falta de crédito porque Jesus já pagou a conta e os créditos não têm fim. E o melhor de tudo: não cai a ligação e a carga da bateria é para toda a vida.

"Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto"!(Is 55:6)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

42 VELÓRIOS EM BETEL (2Rs.2:23-24)

Sempre me intrigou a narrativa da ida de Eliseu a Betel, após o arrebatamento de Elias, quando ele foi escarnecido pelos rapazes e moças da cidade e, amaldiçoando-os, causou a morte de 42 daqueles jovens, provavelmente adolescentes e crianças, em plena flor da idade, com todo um caminho pela frente. Se nós vivêssemos lá, naquela época, bem poderiam ter sido nossos filhos e filhas. Por que aqueles jovens se comportaram daquela maneira? Os nossos jovens hoje são verdadeiramente diferentes daqueles da época de Eliseu? Como compreender, à luz da Palavra de Deus, o que se passou?
Betel era o centro da adoração a Baal e o quartel-general de sua idolatria. Ali, Jeroboão havia erguido um altar e colocado uma estátua em forma de bezerro, ao qual ele sacrificava e queimava incenso (1Rs.12:32). Então, aquele povo idólatra, que conhecera de perto o profeta Elias (2Rs.2:2), certamente odiava aquele que derrotara e matara os 450 profetas de Baal e os 400 profetas do poste-ídolo, em Samaria.(1Rs18:19-40).Agora, Elias já havia subido aos céus em uma carruagem de fogo, e Eliseu, seu discípulo havia assumido seu ministério. Será que Eliseu representaria para aqueles adoradores de Baal o mesmo perigo que Elias?

O texto em português fala de “rapazinhos”, ou “meninos”, e ainda “rapazes pequenos”, que saíram atrás de Eliseu gritando “sobe, calvo, sobe, calvo”, zombando do profeta, mas a palavra original não tem apenas o significado de crianças, meninos, mas sim, jovens rapazes, e moças também. Não foram crianças, moleques de rua, como poderíamos pensar à primeira vista, mas provavelmente, toda a juventude ou grande parte dela (se considerarmos que sempre haverá um remanescente fiel), que zombava do homem de Deus. A palavra traduzida por “rapazinhos” ou “meninos”, também significa no original “servos”, “criados”, aqueles que seguem ordens; portanto, podemos deduzir que aqueles jovens estavam sendo instigados àquele ato por adultos, seus próprios pais e autoridades da cidade. Um povo que não temia ao Senhor gerara filhos profanos e desrespeitosos que, ao invés de receber o servo do Senhor como era de costume, com hosanas, ao longo de suas ruas, o recebe com zombaria, contenda, preconceito e, por causa disso, são severamente punidos.

Mas os gritos de “sobe, calvo”, não estavam apenas se referindo à possível calvície natural de Eliseu, mas o alvo da zombaria era o seu caráter como profeta do Senhor. Eles não zombavam apenas do homem, mas também do seu ofício e ministério. Eles gritavam “sobe”, provavelmente referindo-se à assunção de Elias. “Seu mestre”, diziam eles, “subiu aos céus; por que você não sobe também? (Aqui, um contraste com Jesus na cruz: “Se és Filho de Deus, desce daí!” Satanás trabalha da mesma maneira há milênios). Sobe, careca! Cadê a carruagem de fogo? Quando nos livraremos de você também?”

Outro ponto que me parece importante nesta zombaria é o fato de ele ser chamado de “calvo”, pois esta palavra tem a mesma raiz no hebraico que a palavra Coré, o nome daquele homem que, juntamente com Datã e Abirão, desafiou a autoridade de Moisés e Arão, quando o povo de Israel estava no deserto. Coré, que em hebraico quer dizer calvo, careca, é o símbolo da presunção, da usurpação, daquele que queria tomar o lugar do escolhido de Deus, Moisés. Então, a provocação tinha também este caráter de “sobe, usurpador, você é como Coré, você queria tomar o lugar de Elias e conseguiu”. Nada pior do que confundir um servo do Senhor com um traidor.

Creio que aquela não era a primeira vez que homens de Deus eram tratados desta forma, senão o castigo não teria sido tão duro. Zombar dos mensageiros do Senhor era um dos pecados mais terríveis em Israel, conforme 2Cr.36:16: "Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas, até que subiu a ira do SENHOR contra o seu povo, e não houve remédio algum."Eliseu ouviu suas zombarias, por um bom tempo, com paciência; mas finalmente o fogo do zelo de Deus ardeu em seu peito por causa da contínua provocação, e ele se voltou e olhou para eles, numa tentativa de, com um olhar grave e severo, por fim àquela situação, e obrigá-los a desistir e se retirar, ou para ver se eles não se sentiriam envergonhados; contudo, eles continuavam, sem sentir por isso vergonha; nem sabem que coisa é envergonhar-se (Jr.6:15). Então, virando-se ele para trás, os amaldiçoou em nome do SENHOR (vs.24), não como uma vingança pessoal, por causa da afronta contra sua pessoa, mas como boca da justiça divina, para punir a desonra feita a Deus. Neste momento, duas ursas saíram de um bosque próximo, e mataram 42 deles.

Hoje, talvez possamos pensar se não teria sido melhor Eliseu ter invocado duas varas de correção que os açoitassem, do que as duas ursas que os mataram, mas Eliseu sabia, pelo Espírito, como era o mau o caráter daqueles jovens. Ele sabia o tipo de víboras que eles eram e que terríveis inimigos ele se tornariam para os profetas de Deus se fossem deixados vivos. Ele também queria com este ato punir seus pais, que os instigaram, e fazer com que eles se tornassem temerosos dos julgamentos de Deus. Deus deve ser glorificado como um Deus justo, que odeia o pecado, e o castiga severamente, mesmo nos jovens.

Pais, ensinemos nossos filhos a temer a Deus e a respeitar os outros, principalmente os mais velhos e aqueles que estão investidos de autoridade, seja ela divina ou mesmo humana. Ensinemos nossas crianças a não zombar das pessoas por conta de suas deficiências físicas ou mentais, e especialmente a não zombar ou falar mal dos ministros de Deus, nossos líderes e autoridades eclesiásticas.A criança que aprende desde cedo a honrar pai e mãe, jamais se tornará um jovem ou adulto desrespeitoso para com seu próximo. A criança que é ensinada no caminho que deve andar, dele nunca se desviará (Pv.22:6).Alguém disse o seguinte: “Em vão procuraremos o bem naquelas crianças cuja educação nós temos negligenciado; e em vão lamentaremos pelos erros que nosso cuidado para com elas poderia ter impedido de acontecer.”


texto de Christiano Lopes